Poder Judiciário cria Grupo de Trabalho Interinstitucional em Saúde Mental para garantir direito do público carcerário com transtornos mentais

Cecom TJTO Fotografia colorida da fachada do prédio do Tribunal de Justiça do Tocantins

Propor e acompanhar ações articuladas visando à desinstitucionalização de pessoas com transtorno mental e qualquer forma de deficiência psicossocial em conflito com a lei e à promoção de seus direitos, em conformidade com a Política Antimanicomial do Poder Judiciário. Com este objetivo, o Poder Judiciário instituiu por meio da Portaria Nº 1583, de 27 de junho de 2023, o Grupo de Trabalho Interinstitucional em Saúde Mental, vinculado ao Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMF).

A medida é pautada na Resolução CNJ nº 487, de 15 de fevereiro de 2023, que institui a Política Antimanicomial do Poder Judiciário e estabelece procedimentos e diretrizes para implementar a Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência e a Lei n. 10.216/2001, no âmbito do processo penal e da execução das medidas de segurança. E, para garantir o direito do público carcerário com transtorno ou doença mental, foi realizada uma reunião do GMF ocorrida no dia 20/06, com a participação da Secretaria Estadual de Saúde (SES-TO), e demais envolvidos, para apresentação do plano de trabalho. Na ocasião, o Estado informou que deve criar uma Equipe de Atenção Primária (EAP), formada por psiquiatra, psicólogo, enfermeiro, assistente social e terapeuta ocupacional. Esta equipe servirá de suporte ao Judiciário para atuação em todo o estado, nos termos da Portaria nº 94/2014 do Ministério da Saúde. Confira as tratativas da reunião neste link. 

“O Poder Executivo, através da Secretaria de Saúde, tem que se comprometer com a política e firmar com o Poder Judiciário, que vai fazer parte da rede de monitoramento da política antimanicomial a ser implantada, sua adequada aplicação, mediante um planejamento responsável. Para isso, o primeiro passo é criação de uma EAP, que vai ser um conector entre cada juiz, cada processo e a RAPS – Rede de Atenção Psicossocial, que é onde o tratamento efetivamente vai ser feito. Então, essa equipe é fundamental e a existência dela vai ser definitiva e para o resto da vida, pois sempre teremos pessoas submetidas a medidas de segurança ou absolvidas, porém declaradas inimputáveis (irresponsáveis pelo ato) e que vão precisar de tratamento e não mais de prisão”, pontuou o coordenador do GTI em Saúde Mental, juiz Allan Martins Ferreira.

 

GTI em Saúde Mental

Com membros ligados a diversas instituições como o Tribunal de Justiça do Tocantins, Ministério Público do Tocantins, Defensoria Pública do Tocantins, secretarias de saúde estadual e municipais; universidades e outros,  é papel do grupo promover a articulação entre o Sistema de Justiça, a administração penitenciária e as políticas públicas de saúde, assistência social e direitos humanos, visando colaborar com a criação de dispositivos de gestão que viabilizem acesso e corresponsabilização pelos cuidados da pessoa com transtorno mental e qualquer forma de deficiência psicossocial em conflito com a lei.

Dentre as atribuições, destacam-se ainda; identificar programas e serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Sistema Único da Assistência Social (SUAS) e de direitos humanos necessários para a reorientação do modelo de atenção à pessoa com transtorno mental em conflito com a lei no estado do Tocantins.

Composição

Sob a coordenação do juiz Allan Martins Ferreira e integrante do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Tocantins (GMF), o Grupo de Trabalho Interinstitucional em Saúde Mental no âmbito do Poder Judiciário do Estado do Tocantins (GTI/TJTO) é composto por 46 membros, representantes do Tribunal de Justiça (Corregedoria-Geral de Justiça, GMF, VEP); Ministério Público Estadual (Execução Penal e Saúde); Defensoria Pública do Estado (Execução Penal, Direitos Humanos, Saúde); Secretaria de Estado da Saúde (Saúde Prisional e Saúde Mental); Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Saúde Prisional); Secretaria do Estado da Assistência Social; Secretaria de Estado dos Direitos Humanos; Secretaria Municipal de Saúde (gestão e coordenação de Saúde Mental); Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura; Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura; Conselho Regional de Psicologia; Instituições de Ensino Superior e da Rede de Assistência às Pessoas Egressas do Sistema Prisional do Estado do Tocantins (RAESP).

A relação dos membros pode ser conferida neste link


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