
O Comitê Estadual Interinstitucional de Monitoramento da Política Antimanicomial do Tocantins (Ceimpa/TO) realizou, nesta quarta-feira (11/12), sua última reunião de 2024. Sob a mediação do juiz Allan Martins Ferreira, coordenador do Ceimpa/TO, o encontro aconteceu de forma híbrida, reunindo participantes na sala de reuniões do Núcleo de Gerenciamento de Precedentes (Cinugep) e via plataforma virtual do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO).
Durante a reunião, a coordenadora da Equipe de Avaliação e Acompanhamento de Medidas Terapêuticas Aplicáveis à Pessoa com Transtorno Mental em Conflito com a Lei - EAP-Desinst, Karla Joane de Freitas da Silva, apresentou os ca
Ele também falou sobre a importância da reforma psiquiátrica no Brasil, que desde 2001 promove uma nova forma de tratar pessoas com transtornos mentais, longe dos antigos modelos asilares.
“Essa política é sobre virar uma página da história do direito penal, oferecendo paz e não insegurança à sociedade. Estamos lidando com pessoas que cometeram crimes, mas em circunstâncias de vulnerabilidade e fora de si, o que exige um olhar diferenciado e humano”, enfatiza.
O assistente técnico Onair Zorzal, do programa Fazendo Justiça (PNUD/CNJ), trouxe como proposta a criação de um Grupo de Trabalho voltado às questões relacionadas ao uso de álcool e outras drogas no estado. Ele destacou a necessidade de ações integradas para atender essas demandas.
“Hoje, a principal demanda está na falta de equipamentos públicos para encaminhamentos e orientação dos sujeitos. Precisamos unir saúde, assistência e justiça para atender essas necessidades de forma integrada”.
A ideia foi bem recebida pelos participantes e os encaminhamentos foram dados para estruturar o grupo, incluindo o levantamento de dados, os membros que irão compor o grupo e a articulação com conselhos estaduais.
O juiz Allan Martins Ferreira reforçou que, apesar dos desafios, o trabalho do Ceimpa continua avançando. “A gente está avançando em meio a preconceitos e violência institucional, e só assim podemos garantir que essas pessoas sejam tratadas com respeito. Cada passo que damos é um marco na luta contra a exclusão e a estigmatização”.
Ao final da reunião foi definido o calendário do comitê para o primeiro semestre de 2025 e reafirmada a importância da participação ativa em conselhos estaduais para fortalecer a rede de apoio e atuação da política antimanicomial.
Encerrando o encontro, o magistrado agradeceu aos presentes pela dedicação e engajamento. “Somos gratos a todos por ouvirem, sugerirem e buscarem soluções. Errar e acertar faz parte do processo, mas nosso foco é sempre acertar, garantindo que essa política seja um exemplo de inclusão e humanidade”.
A próxima reunião do CEIMPA ocorrerá no dia dia 29/1.