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Cinco dias de ação e 2.509 atendimentos realizados. Este é o balanço final da Semana Nacional da Saúde – Ação da Mulher Indígena, realizada na Ilha do Bananal, de 7 a 11 de abril de 2025. Os dados constam no relatório elaborado pelo Comitê Estadual de Saúde do Tocantins (CES-TO), que traz todos os detalhes da mobilização realizada pelo Conselho Nacional de Justiça, Tribunal de Justiça do Tocantins e parceiros no município de Formoso do Araguaia, região sudoeste do estado.

A Ação Nacional de Saúde da Mulher Indígena teve como objetivo principal garantir atenção especializada em saúde e promover o cuidado integral com atendimentos médicos e odontológicos, serviços de documentação civil e atualização cadastral para acesso a programas sociais, como o Bolsa Família. 

Além das mulheres indígenas, o projeto foi estendido aos homens, crianças e adolescentes indígenas das etnias Javaé, Karajá, Kanela do Tocantins, Avá Canoeiro, Krahô-Takaywrá e Krahô-Kanela que vivem em 24 aldeias nos municípios de Sandolândia, Lagoa da Confusão, Pium e Formoso do Araguaia.

De acordo com o levantamento, foram atendidos 786 indígenas ao longo da semana, com média de dois atendimentos ou mais por pessoa. Os serviços de saúde resultaram em 1.822 procedimentos realizados, principalmente nas áreas de oftalmologia (460 atendimentos), pediatria (184) e odontologia (184). Também foram feitos 222 encaminhamentos para continuidade de cuidados na rede pública de saúde e emitidos 687 documentos civis, promovendo o exercício da cidadania entre os povos originários.

Fonte: Comitê Estadual de Saúde do Tocantins (CES-TO)

Parceria

A mobilização foi possível graças à articulação entre diversas instituições, como o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Poder Judiciário do Tocantins, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), o Ministério da Saúde (MS), o Governo do Estado do Tocantins,  o Comitê Estadual de Saúde (CES-TO), o Distrito Sanitário Especial Indígena do Tocantins (DSEI-TO), o Polo Base de Saúde Indígena de Formoso do Araguaia, Hospitais e Instituições de Ensino e Pesquisa, Exército Brasileiro e Forças de Segurança Pública,  Receita Federal, Defensoria Pública da União, Cartório de Registro Civil,  prefeituras de Formoso do Araguaia e Gurupi. Ao todo, aproximadamente 400 profissionais e voluntários atuaram diretamente na iniciativa, garantindo a efetividade logística, administrativa e assistencial da semana. 

Um dos destaques foi a participação do médico indígena Hioló Silva Werreria, o primeiro da etnia Javaé a atuar como voluntário na clínica médica. Na oportunidade, ele ressaltou a importância da presença do Judiciário junto à sociedade. “Aparentemente o Judiciário é um poder distante da população, então uma iniciativa sensível à causa indígena é muito importante”.

“A Semana Nacional da Saúde colocou o indígena no calendário da saúde. Foi um marco no compromisso interinstitucional com os povos originários”, afirmou a juíza Milene de Carvalho Henrique, coordenadora do Comitê Estadual de Saúde do TJTO.