
Os membros do Centro de Inovação do Tribunal de Justiça do Tocantins (Inovassol) realizaram, na tarde desta segunda-feira (7/10), a Oficina Raízes com o juiz Lauro Augusto Moreira Maia, da 5ª Vara Cível de Palmas. O encontro foi destinado a idealizar o desenvolvimento de um agente de Inteligência Artificial (IA), para auxiliar na pesquisa de sentenças no acervo da Vara, entre outras funções.
A solicitação foi feita pelo juiz, que recorreu à solução por alegar um aumento surpreendente no número de demandas. Ele cita que é o maior volume de processos tramitando que presenciou em 22 anos de magistratura, e que uma ferramenta de IA para o auxílio se tornou não só opção, mas necessidade.
Ainda reforçou a importância do suporte para levar uma justiça coerente e eficiente a todos(as). “Sem esse apoio, podemos não conseguir dar conta do recado. Precisamos entregar a tutela jurisdicional de forma célere e justa para o(a) cidadão(ã)”, ponderou.
O magistrado também destacou que, pela quantidade de demandas, alguns processos que possuem uma urgência jurídica acabam ficando para trás em relação àqueles que são consideravelmente menos urgentes. Isso pode acabar deixando pessoas em desamparo, e um agente IA que pudesse identificar essa urgência, inclusive a partir de modelos já desenvolvidos, seria uma das chaves para amenizar o problema.
“Essas demandas mais básicas e excessivas podem acabar ocupando o lugar de outras urgentes. O(a) cidadão(ã) que, por exemplo, precisa do plano de saúde e está passando por um conflito jurídico por conta dele, fica para trás, pois eu estou por mês despachando 400 ou 500 ações que não tem essa urgência, e o tempo que sobra para ela é curto. A pessoa fica desamparada”, disse.
Ele ainda ressaltou que a ferramenta, além de eficiente, precisa ser coerente. Ela deverá ter um banco de dados baseado em informações concretas e que não comprometam nenhuma das etapas do processo. Que seja confiável para garantir uma justiça íntegra e fidedigna para todos e todas.
Etapas
A Oficina Raízes é a primeira etapa dos serviços de inovação, ministrada pelos servidores Bruno Vieira de Melo, André Vinicius Di Oliveira e Lucas Ferreira (Inovassol/TJTO). Essa fase inicial visa investigar e identificar o problema para desenvolver as ideias necessárias e suprir as demandas.
Na etapa, são utilizadas duas ferramentas da metodologia Design Thinking - a primeira chamada Espinha de Peixe, que provoca os envolvidos a discutir o problema, dividindo-o em quatro partes: a infraestrutura, processos, pessoas e regras.
Após identificada a problemática, passa-se para a segunda etapa, o Mapa de Empatia, que discute o problema a partir da perspectiva do(a) servidor(a), entendendo o que ele(a) ouve, sente, vê e faz em relação a ele, e como isso interfere na sua rotina.
Na próxima reunião, após o desenvolvimento das ideias discutidas neste encontro, serão sanadas as dúvidas eventualmente existentes, seguindo-se à apresentação de proposta para o problema apresentado. Os processos seguem o que está disposto no plano de serviços do espaço de inovação.
Presenças
Além do juiz Lauro Augusto Moreira Maia, da 5° Vara Cível de Palmas, estavam presentes o analista de sistemas Helivan Lopes, da Diretoria de Tecnologia da Informação e Comunicações (Dtinf), e Fernando Chaves Santos, Assessor Jurídico de 1º Grau.