“É uma cilada, Bino": saiba como evitar golpes de falso precatório e requisições de pequenos valores

Divulgação homem posa para fotografia exibindo a tela do seu celular que mostra uma tentativa de golpe via whatsapp
Laboratorista no Inovassol - Centro de Inovação do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO), o servidor Bruno Vieira também sofreu essa tentativa de golpe via whatsapp

Se você digitar “Carga Pesada”, no campo de pesquisa do youtube, vai encontrar alguns episódios da série que fez sucesso na TV entre as décadas de 1970 e 1980, e também nos anos dois mil. A história traz a saga dos caminhoneiros Pedro (Antônio Fagundes) e Bino (Stênio Garcia), cortando estradas Brasil afora e enfrentando os altos e baixos da vida na boleia.

Em um desses episódios, ao se deparar com uma possível emboscada, o personagem Pedro faz um alerta ao amigo: “É uma cilada, Bino!". E o que ninguém esperava é que essa frase se tornaria um bordão, faria parte do dia a dia do povo brasileiro e até meme sobre situações perigosas, armadilhas e golpes, como os de falso precatório e de requisições de pequenos valores (RPV).

Pedro (Antônio Fagundes) e Bino (Stênio Garcia) em ação na série "Carga Pesada". Foto: Divulgação.

Precatório e RPV

Para quem ainda não sabia, precatório é um documento emitido pelo Poder Judiciário, reconhecendo uma dívida do Poder Executivo (municipal, estadual ou federal) com uma pessoa física ou jurídica. E essa dívida pode surgir de diversas situações, como desapropriações de terrenos, indenizações por danos morais ou materiais, entre outras ações judiciais em que o governo foi condenado a pagar.

Já a requisição de pequeno valor (RPV), é um mecanismo que permite aos governos cumprirem decisões judiciais sobre pagamentos de dívidas de menor valor de forma rápida e mais eficiente. Os casos mais comuns são as dívidas de salários e benefícios previdenciários. Diferentemente dos precatórios, que são para dívidas maiores e que demoram mais para serem pagas, o pagamento das RPVs acontecem em até 60 dias após a expedição.

O Golpe

No golpe do falso precatório, por exemplo, estelionatários(as) fingem ser representantes do governo ou advogados e se aproveitam da fragilidade e boa fé de cidadãos e cidadãs. Os criminosos entram em contato via telefone, e-mail, whatsapp, informando que essas pessoas têm uma determinada quantia em dinheiro a receber do governo. Porém, orientam que, para garantir a liberação total do valor, precisam pagar uma taxa ou um imposto antecipado. E quando o(a) cidadão(a) paga, os golpistas desaparecem com o dinheiro.

O Cidadão

Infelizmente esse tipo de situação é cada vez mais comum e pode acontecer com qualquer pessoa, inclusive com servidores do Poder Judiciário. Laboratorista no Inovassol - Centro de Inovação do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO), o servidor Bruno Vieira também sofreu essa tentativa de golpe via whatsapp.

“Recebi uma mensagem de número desconhecido, se passando por um advogado e dizendo ser meu amigo. Na mensagem ele informava que eu tinha uma grande quantia (R$34.000,00) a receber do Estado (do Tocantins). Encaminhou também documentos (falsos) timbrados do TJTO e Corregedoria Geral da Justiça (CGJUS), informando que para receber o dinheiro teria que pagar uma taxa no valor de quatro mil reais”, relatou.

“Quando a esmola é demais, o santo desconfia”

É com esse antigo ditado popular que o coordenador de precatórios no TJTO, o juiz Manuel de Faria Reis Neto, explica que este tipo de fraude acontece em razão da facilidade com que criminosos(as) acessam dados pessoais de cidadãos e cidadãs pela internet. Ele diz ainda que o TJTO nunca solicita repasse de dinheiro, pix, como também não emite comunicado via whatsapp ou ligação sobre créditos a receber.

“Se você receber uma mensagem dizendo que você tem um precatório a receber, faça a seguinte reflexão: você ingressou com algum processo através do seu advogado ou do seu sindicato pleiteando algum direito precatório sobre o Estado, o município, ou alguma outra entidade pública? Se sim, você então procura o seu advogado, o seu sindicato ou o Poder Judiciário por meio da Coordenadoria dos Precatórios, para saber se você realmente tem um precatório para receber. E caso você tenha certeza de que não tenha ingressado com nenhum processo, então de fato você não tem nenhum precatório para receber”, comenta.

O magistrado ainda lembra que algumas pessoas, “na ânsia de receber algum pagamento, acreditam de imediato no fraudador e acabam por efetuar algum repasse de dinheiro. Mas quando a esmola for demais, o santo tem que desconfiar”, conclui.

Serviço

Se assim como Pedro, personagem da série “Carga Pesada”, e o servidor do TJTO Bruno Vieira, você também se deparar com essa possível emboscada, entre em contato com a Coordenadoria de Precatórios do TJTO pelo telefone: (63) 3218-4486 ou e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Clique aqui e saiba mais sobre as ações do Poder Judiciário do Tocantins no combate aos golpes de falso precatório e requisições de pequenos valores (RPV).


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