Caminhos Literários conta com participação de adolescentes de unidades socioeducativas do Tocantins

Divulgação Imagem mostra painel desenhado na parede e duas pessoas com chapéu pintando

Nos dias 11, 12, 16 e 17 de julho, adolescentes e jovens privados(as) de liberdade de todo país participaram de atividades da 3ª edição do Caminhos Literários, realizado pelo Programa Fazendo Justiça, uma parceria entre Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e com o apoio das gestões estaduais do sistema socioeducativo e Tribunais de Justiça.

Com a temática “Pelo Direito à Cultura” e realizando atividades virtuais transmitidas para o grande público - e também com momentos restritos às mais de 70 unidades socioeducativas de internação e semiliberdade inscritas na ação -, o evento abordou a importância da garantia do acesso à cultura como um dos eixos estruturantes para a efetivação do atendimento socioeducativo qualificado e para o desenvolvimento humano.

No Tocantins, adolescentes que estão no Centro de Atendimento Socioeducativo (CASE) de Palmas, no Centro de Internação Provisória (CEIP) Sul e no Centro de Internação Provisória (CEIP) Feminino participaram presencial e virtualmente da programação. O chefe de Unidade do CEIP Sul, Marcos Vinícius Oliveira, que com o Caminhos Literários, é possível atender um dos eixos Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) durante o cumprimento da medida socioeducativa

“Nós conseguimos atender um eixo, que é o cultural. Trazer o adolescente para essa oportunidade de praticar uma atividade cultural, pois através do ‘Cultivarte’, nome da nossa atividade na programação, conseguimos contemplar o eixo profissional, através do cultivo da horta, e também a atividade cultural através da confecção do painel, que vai trazer como tema esse cultivo da planta, o ‘Enxergar a árvore dentro da semente’, fazendo com que o adolescente reflita sobre esse processo de mudança. Esse processo de parar um pouco e ter uma oportunidade na vida, que é esse um dos papéis da medida socioeducativa, e que a gente, enquanto unidade socioeducativa, possa cumprir esse eixo do Sinase, criando para o adolescente novas oportunidades”.

O pedagogo da equipe multidisciplinar do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (GMF/TJTO), Daniel Rodrigo ressaltou que “o Caminhos Literários” é uma oportunidade para que o jovem que está cumprindo medida socioeducativa “possa ressignificar sua história, sua vivência, buscando outras perspectivas”, disse acrescentando que no CEIP Sul, foi feito um painel “pensado, desenhado e executado pelos jovens que estão nesse processo de ressignificação sobre o tempo, sobre as coisas e as vivências”.

A interação virtual entre adolescentes privados(as) de liberdade e convidados(as), possibilitou também trocas de aprendizagem, e até mesmo da ruptura, mesmo que metafórica, dos muros das unidades, como observou a  assistente técnica estadual do Programa Fazendo Justiça no Tocantins. “Ter conseguido acompanhar a participação de adolescentes do CASE e do CEIP Feminino aqui em Palmas durante os dois dias de encontro virtual restrito às unidades foi revigorante e inspirador, pois ali presenciei toda a potência da identificação, do desejo de liberdade, e da cultura como ferramenta essencial na construção de caminhos que podem levar ao alcance de sonhos para esses e essas jovens”.

A 3ª edição
A terceira edição do Caminhos Literários contou com a presença de autoridades como o ministro Silvio Almeida, as ministras Anielle Franco e Margareth Menezes, e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso. Participaram também, virtualmente, o escritor Jeferson Tenório - ganhador do prêmio Jabuti de literatura em 2021 -, a atriz e escritora Elisa Lucinda, o ilustrador Carlos Gritti, dentre outras figuras que vem transformando a realidade do país com a Cultura.

 Na abertura do evento, foi lançada ainda a Diretriz Nacional de Fomento à Cultura na Socioeducação, um dos produtos advindos da 1ª Conferência Livre de Cultura do Sistema socioeducativo, realizada ano passado com adolescentes privados(as) de liberdade de todo o país. (Com informações do CNJ)


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