
Dezesseis bancos instalados e um legado de enfrentamento e prevenção da violência contra a mulher e de luta pelo fim do feminicídio. Ao instalar o último grande banco vermelho de sua gestão em frente ao Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO), em Palmas, nesta quinta-feira (30/1), a presidente do Corte tocantinense, desembargadora Etelvina Maria Sampaio Felipe, recebeu uma placa do Instituto Banco Vermelho em reconhecimento por sua “atuação exemplar” e conferindo ao TJTO o “Título de Tribunal de Justiça Modelo na Luta pelo Feminicídio Zero no Brasil.”
O Tocantins é o estado com mais bancos vermelhos, graças à atuação do TJTO durante a gestão 2023/2025, conforme destacaram as representantes do Instituto Banco Vermelho, Andreia Albuquerque e Paula Limongi, presentes no evento.
Além da Capital, também já receberam o equipamento os municípios de Colinas do Tocantins, Tocantinópolis, Paraíso do Tocantins, Taguatinga, Miranorte, Pedro Afonso, Porto Nacional, Miracema, Augustinópolis, Araguatins, Formoso do Araguaia, Gurupi, Guaraí e Dianópolis.
Outras 20 cidades, sede de comarca, deverão ganhar o grande banco vermelho na gestão da desembargadora Maysa Vendramini Rosal, próxima presidente do TJTO. “Esse é um projeto estratégico que a desembargadora Maysa assumiu o compromisso de dar continuidade e levar às 36 comarcas, então serão mais 20 bancos, e quiçá, no futuro, levar a cada um dos municípios”, disse a desembargadora Etelvina.
Em tom de despedida, a presidente destacou que essa temática sempre lhe preocupou e que é preciso dar voz às mulheres. “O bonito desse banco é essa simbologia que nós temos que começar a trabalhar com as nossas crianças”, comentou ela ao falar sobre parcerias para o desenvolvimento dos projetos. “Todos juntos, lutando para essa nossa meta, que é o fim do feminicídio”, ressaltou.
“Lá no banco está escrito: ‘sentar e refletir, levantar e agir’. É isso que nós queremos, que ao sentar no banco, qualquer pessoa veja o que ele significa”, completou.
Ao falar sobre o Programa de Proteção, Acolhimento Humanizado e Solidário às Mulheres do Poder Judiciário do Tocantins (PAHS), iniciativa implantada em sua gestão que visa prevenir e combater a violência doméstica e familiar praticada contra magistradas e servidoras, a presidente lembrou que a violência atinge qualquer classe social.
Um dos exemplos citado pela magistrada como uma das vozes femininas que decidiram romper o silêncio para empoderar outras mulheres é o da diretora-geral do TJTO, Ana Carina Souto, personagem de episódio da 4ª Temporada da Websérie Justiça Seja Feita, produzida pelo Centro de Comunicação do TJTO e apresentado durante o evento, emocionando a todos.
Gestão vitoriosa no enfrentamento à violência
A coordenadora estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid), juíza Cirlene Maria de Assis, se referiu aos dois anos de gestão da desembargadora Etelvina como “vitoriosos” no enfrentamento à violência doméstica e agradeceu a confiança e o apoio.
Ao falar sobre o banco instalado nesta quinta, a coordenadora disse que o equipamento tem um diferencial. Diferentemente dos demais equipamentos, que foram doados aos municípios pelo Tribunal de Justiça, ela disse que esse banco é do Tribunal de Justiça.
“Nós queremos levar o banco onde estiver sendo feito algum evento voltado para o combate à violência contra a mulher”, disse, lembrando que o TJTO foi protagonista porque instalou o primeiro banco em agosto, em Colinas do Tocantins, um mês após a Lei Federal em 14.942, entrar em vigor. “Não é só um banco. A começar pelo tamanho. É um banco gigante, porque representa o tamanho da nossa causa. Ele é vermelho, porque simboliza o sangue derramado pelas mulheres que foram vítimas de feminicídio”, frisou.
Luto em luta
Andréa Albuquerque, presidente do Instituto Banco Vermelho, e Paula Limongi, na ocasião, deram seus depoimentos, destacando como o trabalho da entidade começou: “Pela necessidade de transformar um luto em luta”, após perderem amigas para o feminicídio.
As secretárias estadual e municipal da Mulher, Berenice Barbosa e Solange Duialibe, respectivamente, reforçaram a causa como sendo de todos e se colocaram à disposição para parcerias.
Autoridades presentes receberam da presidente do TJTO uma miniatura do banco vermelho, como símbolo da luta pelo fim do feminicídio.
Implementação do projeto no Tocantins
O projeto Banco vermelho é promovido por ação conjunta do TJTO, por meio da Cevid, em parceria com as prefeituras municipais. No Tocantins, o projeto impactou cerca de 67,6 mil alunos e 22, 8 mil servidores nas cidades que receberam o equipamento. A primeira fase da ação consistiu na instalação dos bancos; a segunda em ações educativas e preventivas, a exemplo de oficinas, palestras e distribuição de materiais educativos.
Presentes
Prestigiaram também o evento a corregedora-geral da Justiça, desembargadora Maysa Vendramini Rosal; os desembargadores Pedro Nelson de Miranda Coutinho e João Rodrigues; o vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Léo Barbosa; o presidente da Câmara Municipal Marilon Barbosa; o presidente da Associação dos Magistrados do Estado, Allan Martins; a defensora pública Pollyana Lopes; o chefe de gabinete da Procuradoria-Geral de Justiça, promotor de Justiça Juan Rodrigo Carneiro Aguirre; a vice-presidente da OAB-TO, Larissa Rosenda; a primeira-dama de Palmas e secretária da Assistência Social, Polyanna Siqueira Campos; magistrados; diretores do TJTO e demais autoridades.